Estúdio
F
Raphael
Rabello
Bloco
1
Á U D I O
T E X T O
Música-tema
entra e fica em BG;
Locutor -
A Rádio Nacional apresenta
ESTUDIO
F,
Momentos
Musicais da Funarte
Apresentação
de Paulo Cesar Soares (1’25”)
Entra
“Meu avô”, fica por 50” cai permanecendo como bg na fala
abaixo
https://www.youtube.com/watch?v=1urIue12pRY
Paulo César:
Ele é
considerado o “Mozart” (Môzar)
do violão brasileiro. Na adolescência, já tinha o dedilhar
comparável aos de músicos consagrados e não demorou a tocar seu
vilão de sete cordas acompanhando nomes como Tom Jobim, Ney
Matogrosso, Clara
Nunes, Paco de Lucía e muitos outros. Solista, arranjador, músico
de estúdio, grande concertista, transitou
pelo choro, flamenco, bossa nova e música clássica.
Nosso homenageado deste Estúdio F foi um dos violonistas brasileiros
mais
requisitados dos anos 80 e 90. Com vocês, Raphael Rabello!
Sobe
"Meu
avô",
termina
como bg do trecho abaixo
Paulo César:
Esse
foi o choro “Meu avô”, composto por Raphael Rabello em homenagem
ao avô materno, José
de
Queiroz Baptista, grande responsável pelo amor que nosso homengeado
teve pela música desde muito cedo. Nessa versão, tocada no Teatro
Pedro Segundo, em Ribeirão Preto, “Meu avô” é executada por
Luis
Cipriano, no violão; João Roberto, no violão de 7 cordas;
Alessandro Amaral, no cavaquinho, e Jefferson
Roani, na percussão.(2’26”)
Raphael
Rabello nasceu em 31 de outubro de 1962,
na cidade fluminense de Petrópolis, numa família muito
ligada à música. Caçula de nove filhos, quando escolheu a arte
como profissão, suas irmãs já faziam parte do métier
(metiê):
Amélia Rabello era cantora e Luciana Rabello, conhecida pelo dom com
as cordas: violões e cavaquinhos.
Quem
ensinou a Raphael os primeiros acordes no violão foi seu irmão, Ruy
Fabiano, quando tinha apenas sete anos de idade. Contam
os mais próximos que Raphael, aos 12 anos, passava horas
acompanhando, com o violão de 7 cordas, as melodias
dos discos "Choros
imortais",
de Altamiro Carrilho, na vitrola de casa. Uma das músicas
acompanhadas pelo jovem promissor era o choro “Urubu malandro”,
que estamos ouvindo.
Não demorou muito para
que ele fizesse com desenvoltura os próprios arranjos para grandes
obras.
(30”)
Entra
“Urubu malandro”, em bg no trecho grifado, sobe ao fim da fala do
apresentador e fica até o final. (3’03)
http://www.lastfm.com.br/music/Altamiro+Carrilho/Choros+Imortais+N.2#spotify-account-created
(Você vai ter que entrar com a conta do facebook para baixar essa
música)
Paulo César:
Inspiração
para Raphael Rabello, Altamiro Carrilho, que acabamos de ouvir, era
acompanhado pelo
Regional do
Canhoto.
O violonista
do conjunto, Jayme
Florence (Florênse),
mais conhecido como Meira, foi o instrutor de Baden Powell nos anos
quarenta e acabou se tornando professor de Raphael Rabello. Foi ele
quem ensinou Raphael a ler partituras e deu uma instrução mais
formal ao garoto. Mas a grade influência do menino era ‘Dino 7
cordas’, veterano do grupo ‘Época de Ouro’.
Aliás,
foi acompanhando esse grupo que Raphael iniciou sua carreira como
profissional, aos 14 anos de idade. Ao lado da irmã Luciana, no
cavaquinho; Paulo Alves, no bandolim; Téo, no violão de seis cordas
e Mario Florêncio, no pandeiro, formaram o conjunto “Os
Carioquinhas”. Nesse período, contam os companheiros de Raphael
que ele até chegou a se nomear “Raphael 7 cordas”, tamanha a
admiração por Dino. E o veterano músico não poupava Raphael de
elogios, dizendo que ele não tinha limitações: nem de agilidade,
nem de técnica. Que o jovem, de bom gosto harmônico, era um artista
completo.
Mas...
não se sabe por que motivo, Dino nunca aceitou ser professor de
Raphael.
Na
vitrola do Estúdio F, agora, o choro “Um a zero”, executado na
turnê de 1978 do Projeto Pixinguinha, pelos “Carioquinhas”, com
violão do então adolescente Raphael Rabello, que precisava ainda de
autorização do Juizado de menores para tocar nas noites, mas que já
fazia música como gente grande.
(1’30”)
Entra
“1X0” e fica até o final. (2’15”)
Apresentador:
Aos quinze anos, Raphael Rabello gravou o álbum "Os
Carioquinhas", lançado pela Som Livre. Durante as gravações
desse disco, conheceu Radamés Gnattali, que veio a ser uma das
figuras mais importantes de sua trajetória. Inclusive, dez anos
depois, a parceria resultou em um disco em que Raphael gravou
composições de Radamés.
Juntos, também fizeram uma homenagem ao músico “Aníbal Augusto
Sardinha”, o Garoto. Raphael Rabello e Radamés Gnattali, dois
gênios da música, tocam agora, a valsa-choro “Desvairada”,
gravada no LP “Tributo a Garoto”, lançado em 1984 pela Funarte.
(25”)
Entra
“Desvairada” como bg trecho grifado acima e fica até o final.
(2’59”) https://www.youtube.com/watch?v=SXoTMLUyf4c
Apresentador:
Em
1978, o conjunto do qual Raphael Rabello fazia parte, “Os
Carioquinhas”, recebeu o violonista Luís Otávio Braga e
transformou-se na “Camerata Carioca”. O conjunto, que teria
outras formações, foi criado para acompanhar o bandolinista Joel
Nascimento na execução da suíte "Retratos", escrita na
década de 1950 por Radamés Gnattali.
O
nome do conjunto, “Camerata Carioca”, foi dado pelo poeta e
produtor Hermínio Bello de Carvalho, que produziu um show e um disco
intitulados "Tributo a Jacob do Bandolim", ambos com
participação especial do próprio Radamés. Vamos
ouvir agora uma das obras primas desse disco: de Jacib do Bandolim,
“Vibrações”. (45”)
Entra
“Vibrações” como bg trecho do acima e fica até o final.(2’33”)
(Anexa
– cortar no tempo indicado)
Apresentador: No
próximo bloco, de adolescente promissor a grande estrela: Raphael
Rabello estreia como arranjador e músico de estúdio e torna-se o
violonista mais requisitado dos anos 80 e 90.(12”)
Locutor:
Estamos
apresentando Estúdio F,
Momentos
Musicais da Funarte.
(3”)
OBS:
O primeiro bloco tem um total de (20')
I
N T E R V A L O
- Insert Chamada Funarte (23”)
Locutor -
Continuamos com Estúdio F
Entra
“Minha Missão” e termina como bg do trecho abaixo. 3’22”
https://www.youtube.com/watch?v=MvillPVaqXc
Apresentador:
Você
ouviu Clara Nunes cantando “Minha Missão”, música de João
Nogueira, acompanhada do homenageado deste Estúdio F, Raphael
Rabello, em
gravação de
1981.
Se aos 14 anos, Raphael
Rabello fez seu primeiro registro fonográfico a convite do
violonista clássico Turibio Santos, no
início dos anos 80 foi
Oscar Castro Neves o responsável por Raphael começar a atuar como
músico de estúdio. Perfeccionista, famoso por aliar técnica
impecável e sensibilidade interpretativa, Raphael realizou mais de
quatrocentas gravações com diversos artistas, como Clara Nunes, que
acabamos de ouvir.
Além
de choros, valsas e polcas, Raphael Rabello gravou sambas com grandes
nomes e foi além: desenvolveu
um modo ritmado
de executar samba para violão que é reproduzido por diversos
violonistas hoje em dia.
Como arranjador, fez
seu primeiro trabalho no disco do conjunto “Galo Preto”, em 1981,
na faixa "Meu tempo de garoto": música de Paulinho
da Viola e Cristóvão Bastos. O LP foi
considerado pelos críticos do ‘Jornal do Brasil’ e da revista
“Playboy” como um dos dez melhores lançamentos instrumentais de
81.
(45”)
Entra
“Meu tempo de Garoto” como bg do trech e o acima, sobe fica até
o final. (4’11”)
Anexa
Apresentador: No
ano seguinte à estreia como arranjador, Raphael Rabello
gravou o primeiro disco solo, intitulado "Rafael Sete Cordas"
e lançado pela Polygram. Além de tocar, ele mesmo fez os arranjos,
inclusive para “Praça Sete”, composição de Horondino José da
Silva, o tão admirado Dino. Vamos ouvir agora essa homenagem de
Raphael ao seu ídolo. (24”)
Entra
“Praça Sete” e fica até o final.(1’38”)
Anexa
Apresentador:
Como
era muito versátil, Raphael
acabou tendo em seu repertório Villa-Lobos, Dilermando Reis e outros
grandes compositores. Atuou por diversas vezes em duos como com
Chiquinho do Acordeom, Paulo Moura e até ‘Dininho’, filho de
Dino 7 Cordas. Uma
das parcerias de maior sucesso foi o disco gravado com Ney Matogrosso
em 1990, "À Flor da Pele". Na música “Autonomia”, de
Cartola, Raphael sobe escalas tremulando, alterna andamentos,
tornando ainda mais emocionantes as frases de
Ney.
(15”)
Entra
“Autonomia” como bg no trecho acima, sobe e fica até o final.
(2’21”)
(começa
em 25’59”)
Apresentador:
Amélia
Rabello, irmã de Raphael, foi a grande intérprete de suas
composições, e Paulo César Pinheiro e Aldir Blanc, seus letristas
mais recorrentes. No CD “Todas as canções”, lançado em 2011,
com produção da outra irmã de Raphael, Luciana Rabello, foram
reunidas todas as 18 canções compostas por Raphael. Onze delas, até
então inéditas, haviam sido apresentadas apenas em shows. Na
sequência: Salmo. (30”)
Entra
“Salmo” e fica até o final. (4’56”)
Apresentador:
No
próximo bloco, o sucesso internacional, a morte prematura e as
homenagens de grandes artistas a Raphael Rabello.(12”)
Locutor:
Estamos
apresentando Estúdio F,
Momentos
Musicais da Funarte.
(3”)
OBS:
O primeiro bloco tem um total de (20')
I
N T E R V A L O
- Insert Chamada Funarte (23”)
Locutor -
Continuamos com Estúdio F
Abrir
com “Todo sentimento” que fica até o final. (3’03”)
http://www.vagalume.com.br/elizeth-cardoso/discografia/elizeth-cardoso-e-raphael-rabello-todo-o-sentimento.html
Cortar no tempo indicado
Apresentador: Ouvimos
a música “Todo sentimento”, parceria de Chico Buarque e
Cristóvão Bastos gravada por Raphael Rabello e Elizeth Cardoso. Um
registro que é o maior exemplo de superação de Raphael: foi
realizado em 1989, apenas quatro meses depois do violonista sofrer um
grave acidente de carro. O disco só foi lançado em 1991, depois da
morte de Elizeth.
Raphael
iria se apresentar no Teatro Cultura Artística, em São Paulo, na
noite do acidente. A batida não só impediu o show como marcou o
início de uma história de muita dor. Raphael teve fraturas
múltiplas no braço e, durante a cirurgia, precisou de uma
transfusão de sangue. O braço ficou recuperado depois de algum
tempo, mas Raphael contraiu o vírus HIV na transfusão. No
desespero, recorreu às drogas, em especial à anfetamina,
para ter forças de lutar pela tão sonhada carreira internacional.
No
ano de 1992, Rafael lança os álbuns ‘Dois Irmãos’, com Paulo
Moura, e ‘Todos os Tons’, em homenagem a Tom Jobim. Um dos
destaques do disco é o
‘Samba do avião’, executada em parceria
com outro violonista genial, o espanhol Paco
de Lucía. (1’)
Entra
Samba do avião como bg trecho acima, sobe e fica até os 15”
finais que fica como bg trecho abaixo até o final.
(Cortar
em 2’17”)
https://www.youtube.com/watch?v=56YEwtID8To
Apresentador:
Fora
do país, Raphael se apresentou na Itália, Suíça, Argentina,
Chile, México, Portugal, França, Canadá e Estados Unidos e começou
a se livrar das drogas. Em 1994, decidiu se estabelecer nos Estados
Unidos, onde passou a lecionar em uma escola superior de música, na
cidade de Los Angeles. Mas
a notícia de que a fundação Cultural Banco do Brasil tinha
aprovado a gravação de um disco em homenagem ao compositor Capiba
acabou trazendo Raphael de volta ao Brasil, no mesmo ano de 94. O
tributo ao ‘Mestre Capiba – por Raphael e seus convidados’
contou com as participações de Chico Buarque, Paulinho da Viola,
Caetano Veloso e Alceu Valença, entre outros. O disco só foi
lançado em 2002, pela Acari Records, e Raphael já não vivia para
ouvir.
(40”)
Entra
“Resto de Saudade”, fica até 2’15” e termina como bg 2’30”)
https://www.youtube.com/watch?v=q9qA60DFTik
Apresentador:
Essa
foi “Resto de Saudade”, uma composição de Capiba, interpretada
por Raphael Rabello e Gal Costa. Durante a viagem ao Rio de Janeiro
para gravação deste álbum, Raphael foi internado para
desintoxicação. A AIDS não chegou a se desenvolver e os médicos
avaliaram sua saúde como ótima. Nem as drogas, nem a doença
levaram Raphael. O músico, de 32 anos, ficou sem ar enquanto dormia,
em um episódio de
apneia do sono – muito comum na família dele – e não amanheceu
naquele 27 de abril de 1995.
Ao
longo da carreira, Raphael recebeu diversos troféus, como o Prêmio
ABCA, o Prêmio Sarney e por quatro vezes o Prêmio Sharp. Após
sua morte, foram gravados dois álbuns em sua homenagem. A Escola
Brasileira de Choro, com sede em Brasília, recebeu o nome de Escola
Brasileira de Choro Raphael Rabello. Em 1996, o Museu de Imagem e Som
do Rio de Janeiro reuniu vários artistas, inclusive o grupo “Os
Carioquinhas”, que se reencontrou especialmente para uma semana
inteira de homenagens ao violonista. Um talento que começou precoce
e também terminou antes do esperado.
Para
fechar esse “Estúdio F” com chave de ouro: a música “Obrigado
Rapha!”, do disco “Um abraço no Raphael Rabello”, gravado por
diversos artistas em 2012, quando o violonista teria completado 50
anos. A composição é de Rogério Caetano e a execução, de Leo
Gandelman no
saxofone, Marco Pereira no violão e Pretinho da Serrinha na
percussão. (1’40”)
Entra
“Obrigado Rapha” e fica até o final. 2’30”
Entra
música tema do Estúdio F e fica em BG com a narrativa abaixo
grifada. (57”)
Apresentador:
O programa de hoje foi roteirizado pela pesquisadora e jornalista
Aline Veroneze com supervisão de Pedro Paulo Malta. O Estúdio F é
apresentado toda semana pela Rádio Nacional do Rio de Janeiro e nas
Rádios Nacional de Brasília e da Amazônia, emissoras EBC –
Empresa Brasil de Comunicação. Os programas da série também são
uma das atrações do Portal das rtes. O endereço é
www.funarte.gov.br. Cultura ao alcance de um clique! Você também
pode ouvir o programa pelo site da EBC: www.ebc.com.br. Quem quiser
pode escrever para nós, o endereço é: estudiof@ebc.com.br
- Apresentador: Valeu, pessoal! Até a próxima!!!
- OBS: O terceiro bloco tem um total de (14”)
- Total aproximado (54')
- CHAMADA:
- Apresentador :Ele foi considerado o Mozart (Môzar) do choro, um primor das sete cordas. Arranjador, concertista, grande músico, um dos violonistas mais requisitados nos anos 80 e 90. Um talento, que despontou aos 12 anos de idade e que também se despediu bem cedo. Raphael Rabello é o homenageado do Estúdio F na segunda-feira, às 21 horas, aqui na Rádio Nacional. (20”)