Estúdio
F
Bloco
1
Á
U D I O T E X T O
Música-tema
entra e fica em BG;
Locutor
- A Rádio Nacional apresenta
ESTUDIO
F,
Momentos
Musicais da Funarte
Apresentação
de ----- (1’25”)
Apresentador: Os
gestos exagerados, engraçados, renderam o título de “Rei da
munganga”. Ele é um forrozeiro dos melhores e levou o nome de
Campina Grande pelo Brasil afora. Estourou nas paradas de sucesso
usando “Severina Xique-xique”, ou melhor, cantando Severina! E
dezenas de artistas se apaixonaram pela Severina dele e cantaram ela
também. O
cabra fica macho quando alguém diz isso: mas ele é o mestre dos
duplo sentidos. (20”)
Entra
“Procurando Tu” como bg no trecho acima que é a introdução
musical, sobe até 30”, cai de novo, fica como Bg do texto abaixo.
https://www.youtube.com/watch?v=ZAt4a920-ro
Apresentador:
Quem
vai sacudir a poeira no Estúdio F é o cantor e compositor
paraibano, Genival Lacerda!
Sobe
Bg de “Procurando Tu” e fica até o final. (2’14)
Apresentador:
Genival Lacerda é um dos grandes nomes da cultura nordestina. Em
todo forró, todo bate coxa que se preze, não podem faltar
“Julieta”, “A fubica dela ”ou “De quem é esse jegue?”.
Brincando com a duplicidade das palavras nas letras das músicas,
Genival Lacerda apresentou ao Brasil ritmos como o rojão, a
marchinha, a embolada e o coco - um ritmo que tem parentesco
tanto com o samba-de-roda como com o forró, de raízes africanas e
indígenas.
Quer ‘matar o velho’ é
dizer que seu trabalho faz parte do "pornoxote" ou da
“pornochanchada”. Genival Lacerda fica irritado e justifica:
nunca usou um palavrão nas músicas, por respeito ao público. E
completa: O que se faz hoje no forró é muito mais apelativo e
escrachado. (55”)
Entra
“Mate o veio, mate” e fica até o final. (3’41”)
Apresentador: A
carreira na música surgiu por influência do cunhado e amigo,
Jackson do Pandeiro, a quem Genival Lacerda dedicou o álbum “Tributo
a Jackson do Pandeiro”, lançado pela RGE, no final da década de
noventa. Está no ar um dos maiores sucessos interpretados por
Jackson do Pandeiro:
a música “Sebastiana”, de autoria de Rosil Cavalcanti.
Pode se preparar que “o xaxado da Paraíba” já vai começar!
(25”)
Entra
“Sebastiana” como bg, sobe e fica até o final. (2’02”)
Apresentador
:
Genival Lacerda iniciou a carreira gravando várias modas de roda. Em
1956, lançou pela gravadora Mocambo, o seu primeiro disco,
interpretando as músicas: "Rojão Nacional", "Noé,
Noé", "Coco de roda" e a faixa título, “Eu vou pra
lua”. Ele, que já tinha deixado a Paraíba para ir atrás do sonho
de virar cantor, despediu-se de Recife e seguiu para o Rio de
Janeiro, em busca de novas oportunidades. Com vocês: “Eu vou pra
lua”. (30”)
Entra
“Eu vou pra lua” e fica até o final. (2’59”) Anexa
Apresentador:
Foi no programa de televisão do apresentador Silvio Santos que
Genival Lacerda se consagrou “Rei da muganga”, rebolando com a
mão na barriga, de roupas floridas e chapéu típico do nordeste do
país. A música, composta por Genival Lacerda e João Gonçalves,
"Severina Xique Xique", foi um fenônemo. Como ele mesmo
diz: causou um alvoroço de pernas que só vendo! E de microfones
também! Severina foi gravada por Genival em 1975, no LP "Aqui
tem catimberê", que vendeu cerca de oitocentas mil cópias.
Depois tornou-se a música dele que mais ganhou versões de outros
artistas. Algumas delas vamos tocar nesse Estúdio F, mas para
começar, a original: (45”)
Entra
"Severina Xique Xique" e fica até o final. (3’13”)
Apresentador: No
próximo bloco, Genival Lacerda e Ivete Sangalo, juntos, em uma nova
versão do “Chevette da menina”.(10”)
Locutor: Estamos
apresentando Estúdio F,
Momentos
Musicais da Funarte. (3”)
(TOTAL
DO BLOCO 19’)
I
N T E R V A L O
- Insert Chamada Funarte
Á
U D I O T E X T O
Música-tema
entra e fica em BG;
Locutor:
Continuamos
com Estúdio F
Entra
“Severina Xique –Xique” e fica até o final. (1’36”)
Cortar
em 1’36”
Apresentador: Você
ouviu “Severina Xique-xique”, o grande sucesso de Genival
Lacerda, nas vozes de Zélia Duncan e Zeca Baleiro.
Além de
ficar marcado pela dança sensual e desengonçada, Genival Lacerda,
uma das figuras mais carismáticas da música nordestina,
também é sucesso como compositor. Um exemplo é a música “A
Filha
de Mané Bento”,
de autoria de Genival Lacerda, em parceria com João Gonçalves. No
cd comemorativo de sessenta anos de carreira, Genival regravou “A
Filha
de Mané Bento”
e mostrou que continuava arretado, mesmo aos 79 anos de idade, com
tutano, ou melhor, voz, para colocar fogo nos salões. “O que é
bom e estava guardado” pela Filha de Mané Bento, a gente toca
aqui. (43”)
Entra
“A filha de Mané Bento” e fica até o final. (3’01”)
Apresentador:
As músicas cheias de histórias engraçadas, com personagens típicos
do nordeste do país, acabaram virando literatura. Beto Brito, um
escritor de cordel, inspirado no sucesso de “Severina Xique-xique”,
escreveu o livreto de nome
“A Saga de Pedro Caroço com Severina Xique-Xique”. A história
em versos do candidato a namorado, interesseiro, de olho na butique
da donzela, foi contemplada, em 2007, com o prêmio “Novos
Escritos”. O texto foi adaptado para o teatro, encenado pelos
atores Márcio de Paula, Daniel Porpino e Ana Valentina.
Por
três vezes, Genival Lacerda desempenhou, no cinema, o papel de
cantor de forró. Nem foi preciso preparação ou caracterização.
Ele é, naturalmente, o tipo caricatural do forrozeiro.
Em 2008, passou de figurante a
astro rei. A documentarista Carolina Paiva acompanhou a turnê que
percorreu os principais centros do forró nordestino: Aracaju,
Caruaru, João Pessoa, Juazeiro e outros, mostrando a rotina de quem
coloca todo mundo para forrozar. O filme contou com a participação
especial da Orquestra Sinfônica Jovem do estado da Paraíba, por
exemplo, em “Radinho de Pilha”, que vamos ouvir agora. (1’22”)
Entra
“Radinho de Pilha” e fica até o final. (3’30”)
Apresentador: A
canção que acabamos de ouvir, “Radinho
de Pilha”, também foi gravada numa parceria inusitada. Quem diria:
Genival Lacerda e os roqueiros do “Camisa de Vênus”! O
forrozeiro também é um dos convidados de Marcelo Nova, em seu disco
solo 'Marcelo Nova e a envergadura Moral'. Eles cantam juntos a
música “A gente é sem vergonha”, de autoria do próprio Genival
Lacerda com Acioli Neto. A seguir, vamos conferir o resultado dessa
mistura de forró com rock’n roll. (30”)
Entra
“A
gente é sem vergonha” e fica até o final. 2’41”
Apresentador:
Em 2010, Genival Lacerda
animou as festas de São João ao lado da baiana Ivete Sangalo. Os
dois fizeram uma versão da canção gravada por Genival vinte anos
antes: O “Chevette da menina”, de autoria de Durval Vieira e
Macambira. A letra da música já falava de uma garota, de nome
Ivete, que empresta o automóvel por uma semana e recebe, de volta, o
veículo todo avariado. A versão em parceria com Ivete Sangalo
passou a chamar “O Chevette da Ivete”. (30”)
Entra
“O Chevette da Ivete” e fica até o final. (3’41”)
https://www.youtube.com/watch?v=w5sw1HaIkjk
Apresentador: No
próximo bloco, Genival Lacerda se reinventa e transforma o forró em
hit dance music com o Rock do Jegue.
Locutor: Estamos
apresentando Estúdio F,
Momentos
Musicais da Funarte. (3”)
(TOTAL
DO BLOCO 17’30”)
I
N T E R V A L O
Insert
Chamada Funarte
Á U D
I O T E X T O
Música-tema
entra e fica em BG;
Locutor:
Continuamos
com Estúdio F
Entra
“Severina Xique –Xique” e fica até o final. (1’17”)
http://musictonic.com/music/Severina+Xique-Xique#v=SexWGeJSZUw
Apresentador:
Essa foi a versão de “Severina Xique-xique” gravada por Nando
Reis e sua banda “Os infernais” lançada no CD e DVD “Bailão
do Ruivão”.
Nascido
em
5
de abril de 1931, aos 30 anos Genival
despontava como referência do forró tradicional. Aos 80, não
hesitou em procurar recursos modernos e se adaptar aos novos tempos.
A parceria com Zeca Baleiro, por exemplo, resultou em um
‘tecno-xaxado’. Na música “O parque de Juraci”, os dois
contam a história de um passeio mal sucedido de um casal, mas a
sonoridade faz referência ao Jurassik Park, de Steven Spilberg,
contrapondo a brasilidade ao estilo norteamericano. Os trocadilhos
lembram o forró de duplo-sentido do “Rei da muganga”. No início
da canção, Zeca Baleiro dedica a música a Genival e a Spilberg.
“Juraci no parque” foi lançada no álbum “Por
Onde Andará Stephen Fry?” (frai).
Vamos
ouvir.
(55”)
Entra
“O parque de Juraci” e fica até o final. (4’04”)
https://www.youtube.com/watch?v=UxIEdzmuWhE
Apresentador: No
álbum “Forró dance” (dence), lançado pela Pardadoxx
Music, em LP, fita K7 e CD, Genival Lacerda regravou alguns de seus
grandes sucessos remixados, com uma batida mais eletrônica. As casas
noturnas de todo o país, que na grande maioria das vezes só tocavam
músicas em inglês, receberam muito bem
as novas versões de Genival Lacerda, aumentando a popularidade entre
um público que não era o consumidor habitual de forró. A música
“De quem é esse jegue?” virou o “Rock do Jegue”. No próprio
Nordeste estava acontecendo um movimento de valorização do jegue. O
padre Antônio Vieira, inclusive, enviou uma carta ao então
presidente da república, Fernando Henrique Cardoso, pedindo a
criação do Dia Nacional do Jumento. Além disso, o padre liderou
uma campanha pela construção do Memorial do Jumento em Fortaleza.
Nesse cenário, o novo Hit “Rock do Jegue” virou hino informal do
Ceará.
Entra
“Rock do Jegue” e fica até o final (4’05”)
Apresentador:
Com
mais de oitenta anos de idade, Genival Lacerda sonha em ver o filho
caçula alcançar o sucesso também. João Lacerda é o último de 10
irmãos. Aos onze anos cantou com o pai pela primeira vez. A música
era “O
Dengo da Menina”.
Desde então,
tomou gosto pelo microfone e decidiu seguir os passos do pai no forró
pé se serra. A partir de 2007, João Lacerda investiu em carreira
solo, sem deixar de dividir o palco com Genival. Vamos ouvir pai e
filho em uma nova versão de “Quem dera”, música de Nando do
Cordel e Genival Lacerda, gravada pela primeira vez no LP “Troque
as pilhas, só não mate o veio”, no ano de 1984. (55”)
Entra
“Quem dera” e fica até o final. (2’43”)
Começar
em 20”
Apresentador: Em 2011, o troféu de concurso de quadrilhas de Campina Grande teve o nome de Genival Lacerda e ele recebeu, da assembléia Legislativa de Pernambuco, o título de cidadão pernambucano. Reconhecido como um legítimo representante da cultura nordestina, logo anunciou outro projeto e, aos 81 anos de idade, lançou o cd "Genival Lacerda canta Luiz Gonzaga”. Foi o filho de Genival, João Lacerda, o produtor deste disco, com duetos fantásticos, participações para lá de especiais. Uma homenagem do “Rei da muganga” para o “Rei do baião”, que acaba por enaltecer tanto um quanto outro, mostrando o prestígio de Genival Lacerda perante grandes nomes, companheiros de profissão, como Dominguinhos, Fagner, Frank Aguiar, Elba Ramalho, Chico César, entre outros. O próprio filho, João Lacerda também canta com o pai neste CD. E é com a música de Luiz Gonzaga e Zé Dantas, gravada por Genival Lacerda com participação de Flávio José, que terminamos esta homenagem. Com vocês, “Vozes da Seca”! (1’)
Entra
“Vozes da Seca” e fica até o final. (3’03”) se tiver
problema com tempo pode cortar essa música antes
Entra
música tema do Estúdio F e fica em BG com a narrativa abaixo
grifada. (57”)
Apresentador:
O programa de hoje foi roteirizado pela pesquisadora e jornalista
Aline Veroneze com supervisão de Pedro Paulo Malta. O Estúdio F é
apresentado toda semana pela Rádio Nacional do Rio de Janeiro e nas
Rádios Nacional de Brasília e da Amazônia, emissoras EBC –
Empresa Brasil de Comunicação. Os programas da série também são
uma das atrações do Portal das Artes. O endereço é
www.funarte.gov.br. Cultura ao alcance de um clique! Você também
pode ouvir o programa pelo site da EBC: www.ebc.com.br. Quem quiser
pode escrever para nós, o endereço é: estudiof@ebc.com.br
- Apresentador: Valeu, pessoal! Até a próxima!!!
- OBS: O terceiro bloco tem um total de (18'30”)
- Total aproximado (53')
- CHAMADA:
- Apresentador :Ele é um legítimo representante do forró pé de serra. Balançando a pança e cantando músicas cheias de trocadilhos e duplo sentido, caiu no gosto popular e levou o nome de Campina Grande por todo o Brasil. Genival Lacerda é o homenageado do Estúdio F na segunda-feira, às 21 horas, aqui na Rádio Nacional. (20”)