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segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Lição de mãe


Minha filha me deu tantas lições quanto eu a ela. Uma delas foi que se dar demais é um erro.

Aprendi que cuidar ou não de mim mesma é uma questão minha, mas que afeta a forma como as pessoas me vêem e se relacionam comigo. Se valorizar é tarefa sua. Um dia caiu o doce dela no chão e ela pegou o meu. Eu disse que não, que eu partiria com ela, mas que era meu e que ela não podia pegar assim do meu prato. Ela respondeu: Mas vc dá tudo pra gente mesmo!

Ser "servidora" requer muito cuidado para impor limites e consolidar relações. Não adianta, como chefe ou mãe, só cuidar, proteger ou o extremo de só impor. Como o amor, respeito a gente conquista diariamente. Dizer não pode mostrar que vc tem valor e serve de parâmetro para os filhos construirem sua imagem também frente aos outros. Cada situação pequena tem me ensinado isso, com muito mais intensidade depois da maternidade.

Pai, mãe, filho, funcionário, chefe, amigo, amante, dona de casa a gente só aprende sendo. Aprende caso não deixe as lições passarem correndo na pressa da agenda apertada e consiga tornar o SER um exercício de aprendizagem contínua.

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Bienal em ação

Fui diriamente à Bienal. Dia com minha filha Louise, dia com meu irmão, jornalista, Júnior.

A Bienal é uma festa do livro, mas também e, antes de tudo, é um grande mercado do livro.

As crianças se comportavam alí como em um shopping. Afoitas pela mercadoria mais comentada entre os amigos. O espírito de parar, ler títulos, abrir, escolher, pedir por um autor era da minoria. A leitura ainda não é um hábito, mas status. Temo que ensinemos aos filhos e a outras crianças a lerem tudo e qualquer coisa. Ser criterioso com os livros é como ser criterioso com a comida. Escolho o que me parece bom e releio meus favoritos sempre que acho necessário. Como vez por outra tomamos o sorvete preferido...

O interessante é que mesmo nas relidas existem elementos novos, porque eu sou nova a cada releitura.

O público adulto, que já conhece o evento e que sabe o que esperar dele, pode encontrar entre as centenas de stands boas opções: palestras interessantes, debates e sessões de autógrafos.

A maior parte do público do evento são jovens. Se uma minoria resolver dar resposta às suas questões e se tornar escritor, como o mercado editorial se comportaria? Estamos preparados?

No stand da Ática e da Scipione, uma roda de cantigas foi a melhor atração da Bienal para crianças. Quatro contadores de histórias, com um violão e o livro em mãos, fizeram a diferença. Pais e crianças em roda, ao som de cantigas brasileiras folclóricas, dançaram e brincaram. Os livros ganharam vida e nós participamos da história. Não como mero espectadores. Como tem que ser. Como o imaginário lúdico precisa. Viver a história marca e ensina mais que escutá-la.

Era um oásis: para os pequenos e para os grandes cansados da andança do dia.

Intercom2017 - Curitiba - O artigo