Fui diriamente à Bienal. Dia com minha filha Louise, dia com meu irmão, jornalista, Júnior.
A Bienal é uma festa do livro, mas também e, antes de tudo, é um grande mercado do livro.
As crianças se comportavam alí como em um shopping. Afoitas pela mercadoria mais comentada entre os amigos. O espírito de parar, ler títulos, abrir, escolher, pedir por um autor era da minoria. A leitura ainda não é um hábito, mas status. Temo que ensinemos aos filhos e a outras crianças a lerem tudo e qualquer coisa. Ser criterioso com os livros é como ser criterioso com a comida. Escolho o que me parece bom e releio meus favoritos sempre que acho necessário. Como vez por outra tomamos o sorvete preferido...
O interessante é que mesmo nas relidas existem elementos novos, porque eu sou nova a cada releitura.
O público adulto, que já conhece o evento e que sabe o que esperar dele, pode encontrar entre as centenas de stands boas opções: palestras interessantes, debates e sessões de autógrafos.
A maior parte do público do evento são jovens. Se uma minoria resolver dar resposta às suas questões e se tornar escritor, como o mercado editorial se comportaria? Estamos preparados?
No stand da Ática e da Scipione, uma roda de cantigas foi a melhor atração da Bienal para crianças. Quatro contadores de histórias, com um violão e o livro em mãos, fizeram a diferença. Pais e crianças em roda, ao som de cantigas brasileiras folclóricas, dançaram e brincaram. Os livros ganharam vida e nós participamos da história. Não como mero espectadores. Como tem que ser. Como o imaginário lúdico precisa. Viver a história marca e ensina mais que escutá-la.
Era um oásis: para os pequenos e para os grandes cansados da andança do dia.
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